O ensino de ciências em planetários: perspectivas interdisciplinares sobre as sessões de cúpula

OLIVEIRA, Gesoaldo Maia de
O ensino de ciências em planetários: perspectivas interdisciplinares sobre as sessões de cúpula
São Paulo/SP, Universidade Cruzeiro do Sul, UNICSUL, 2010. 115p. Dissertação de Mestrado. (Orientador: Gustavo Amaral Lanfranchi).

Resumo O objetivo deste trabalho de pesquisa é discutir a transmissão dos conhecimentos científicos, através das sessões de cúpula em Planetários. Classificados como espaços específicos de divulgação científica, aproximadamente 76% do seu público são jovens estudantes que estão em contato, pela primeira vez, com os conteúdos de Astronomia e outras ciências. É senso comum que a escola transmite os saberes fragmentados em disciplinas, o que tem demonstrado que o conhecimento em parcelas dificulta a visão de totalidade. Entende-se que o melhor sistema de transmissão dos saberes é aquele que fornece uma visão de conjunto, holística, fugindo do estudo em disciplinas sem, porém, negá-las. Nesse sentido, a interdisciplinaridade, compreendida aqui como um caminho de interação entre os saberes e não simplesmente como justaposição de conteúdos, aponta para a melhor alternativa de transmissão de conhecimentos. Interdisciplinaridade, todavia, não é um conceito fácil de identificar, quantificar e definir por conta de suas subjetividades. O procedimento adotado nesta investigação foi identificar as sessões de cúpula mais corriqueiras nos Planetários e elaborar um formulário para que os próprios dirigentes desses espaços pudessem preencher os .conteúdos. e/ou as .diversas ciências. implícitas ou explícitas em cada sessão. Era evidente que, se a pesquisa fosse apenas essa identificação, sem qualquer aprofundamento teórico, tratar-se-ia apenas de uma .referência interdisciplinar. e transformar-se-ia em uma .investigação interdisciplinar ingênua., todavia, essa informação, aparentemente insuficiente, é que conduziu o pesquisador/planetarista a aprofundar o processo epistemológico. Somaram-se a esse procedimento mais três artifícios: um questionário elaborado com perguntas que pudessem identificar possíveis obstáculos do fazer interdisciplinar (materiais, econômicos, institucionais); as informações contidas nas sinopses das sessões, facilmente encontradas na rede mundial de computadores; e as observações do pesquisador/planetarista. Para sistematizar este estudo produziu-se um texto com seis capítulos, ficando o primeiro para as apresentações, justificativa e objetivos e o último reservado para as considerações do pesquisador. O segundo serviu para introduzir o leitor no ambiente da pesquisa, uma vez que esta transitou o tempo todo pelos bastidores. A compreensão dos interesses da pesquisa, que estavam nos subterrâneos da imaginação do pesquisador/planetarista, foi assunto do terceiro capítulo, o qual aborda temas como espaços não-formais de educação, divulgação científica, através da Astronomia e interdisciplinaridade. O procedimento metodológico foi detalhado no capítulo quatro e a coleta de dados, assim como boa parte das análises, ocupou o quinto capítulo. Este trabalho não apresenta nenhuma fórmula mágica para melhorar a divulgação científica e o ensino de Astronomia em Planetários, nem teve a pretensão de procurá-la ou inventá-la, o interesse constituiu apenas em contribuir para o ensino de ciências nesses ambientes, servindo como uma reflexão sobre as atividades desses espaços. Adota também um caráter exploratório para outros empreendimentos.
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