A experiência museal do Museu Dinâmico Interdisciplinar (MUDI/UEM): análise de visitas escolares 2012

OTOFUJI, Mayse
A experiência museal do Museu Dinâmico Interdisciplinar (MUDI/UEM): análise de visitas escolares 2012
Maringá/PR, Universidade Estadual de Maringá, UEM, 2013. 256p. Dissertação de Mestrado. (Orientador: Luzia Marta Bellini).

Resumo Esta pesquisa propõe estudar a experiência museal do MUDI implantado como museu na Universidade Estadual de Maringá em 2005. Por experiência museal entendemos a análise das visitas de alunos do ensino médio aos acervos temáticos de fisica e astronomia. A análise das visitas foi feita de acordo com as premissas da pesquisa etnográfica para capturar quais os sinais que os visitantes escolares dão ao se apropriarem das informações das exposições do Museu Interdisciplinar (MUDI) da Universidade Estadual de Maringá - PR (UEM). A abordagem etnográfica busca, por meio de observações minuciosas, aprofundar os conhecimentos que revelem a visão de mundo dos sujeitos pesquisados, com base em suas interpretações culturais e sociais, buscando na descrição aprofundada (“densa”) de fatos aparentemente superficiais, estabelecendo relações, selecionando entrevistados, transcrevendo e descrevendo fatos de forma minuciosa. Em nossa pesquisa acompanhamos a visita do 3º ano do Ensino Médio de um colégio público do município de Paiçandu, PR, por meio da filmagem e solicitamos aos alunos que fizessem anotações em seus cadernos de campo, distribuidos na entrada do museu. Após a filmagem, transcrevemos a visita, dando ênfase para as interações discursivas observadas na filmagem. Nesse estudo, não foram apresentados os resultados de todos os espaços expositivos, apenas os referentes à Física. As falas dos alunos foram classificadas de acordo com seis categorias de conversas de aprendizagem: conversa perceptiva, conversa conceitual, conversa conectiva, conversa afetiva, conversa estratégica e conversa de consentimento, esta última categoria elaborada por nós. Analisamos também as anotações dos cadernos de campo dos alunos e as perguntas feitas pelos monitores e pelos alunos .Os resultados nos mostram que exposições e demonstrações que possibilitam ao aluno a interação entre ele e o monitor associando os saberes práticos e teóricos, despertam a curiosidade dos alunos. De acordo com os resultados obtidos, a categoria de conversa conceitual (35%) foi a mais frequente seguidas respectivamente pelas conversas perceptiva (23%), consentimento (22%), afetiva (9%), conectiva (7%) e estratégica (4%). Em alguns momentos percebemos o constrangimento dos alunos em fazer perguntas aos monitores, o que, cremos pode ser um fator socialmente adquirido na escola. Acreditamos que o aprendizado é um processo de construção e depende de diversos fatores, entre eles os fatores subjetivos. motivo, pelo qual falar em aprendizagem em museus é muito complexo. Mesmo assim, acreditamos que as categorias de conversas de aprendizagem nos auxiliaram a compreender o modo como os estudantes se apropriam das informações do MUDI a partir das interações discursivas estabelecidas durante a visita ao museu. Durante a realização deste trabalho verificamos um crescente aumento no número de trabalhos referentes a aprendizagem em museus e centros de Ciências. Contudo, salientamos a necessidade de que esses estudos sejam ampliados para que possamos, futuramente, ter parâmetros mais consistentes e persistentes para análise.
Palavras-chave Conversas de Aprendizagem, Museu de Ciências, Interações Discursivas, Divulgação Científica.