OLIVEIRA, Jorge Henrique Lopes de
Noções de cosmologia no ensino médio: O paradigma criacionista do big bang e a inibição de teorias rivais
Maringá/PR, Universidade Estadual de Maringá, UEM, 2006. 202p. Dissertação de Mestrado. (Orientador: Marcos Cesar Danhoni Neves).
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Resumo |
A cosmologia permeia toda a física, mas não é explicitada ao aluno e, muitas vezes, é ignorada no discurso do professor, pois não é clara nos manuais de ensino tanto em nível médio quanto superior. A cosmologia, como disciplina unificadora, mostra-se como cenário ideal para a discussão do micro ao macro cosmos, do início (se houver um) ou ao fim de todo o mundo físico. Portanto, saber qual o espaço dedicado a ela nos manuais de física e qual a proposta de discussão (se paradigmático ou dialético) na comparação de teorias que buscam traçar as noções sobre o Cosmos, é o objetivo de parte desta pesquisa. O que pretendemos reafirmar nessa dissertação é que o conhecimento físico é, ou foi, produzido pelos sujeitos sociais que vivem, ou que viveram, num determinado contexto histórico, então, ele faz parte da cultura social humana e, portanto, é um direito dos estudantes conhecê-lo e participar de sua construção. Este estudo será apresentado em duas unidades. Na primeira, iremos nos ater às metáforas e analogias sobre Cosmologia presentes nos discursos de 63 alunos de Ensino Médio e pré-vestibular, bem como nos discursos de quatro professores de física, buscando saber como estes conteúdos aparecem em sala de aula e se estão ou não associados ao ensino de Física Moderna e Contemporânea. Avaliaremos ainda as noções de Cosmologia presentes nos livros didáticos e paradidáticos utilizados para o Ensino Médio de Física, buscando identificar os tópicos contemplados e sua abordagem; e, como último capítulo da unidade, revisitamos as noções metafóricas e analogias sobre os cosmos, o conceito de “criação”, construindo um quadro comparativo entre as narrações mitológicas antigas e as descrições científicas contemporâneas discutidas por sacerdotes, filósofos e cientistas, acentuando o caráter majoritariamente discriminador da ciência quando paradigmática e instituída pela Academia.
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