SILVA, Thiago Pereira da
Nossa posição no Universo: uma proposta de sequência didática para o ensino de astronomia no ensino médio
Vitória/ES, UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO, UFES, 2015. 160p. Dissertação de Mestrado. (Orientador: Sérgio Mascarello Bisch).
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Resumo |
O propósito da pesquisa foi desenvolver e avaliar uma sequência didática para o ensino de Astronomia no Ensino Médio, aplicada em um grupo de 14 estudantes da rede pública estadual do Espírito Santo, no intuito de comprovar se a metodologia e atividades da sequência contribuíram para uma aprendizagem significativa de conceitos relacionados ao céu, ao Universo e à nossa posição dentro dele. Os estudantes eram concluintes do Ensino Médio e participavam de um projeto denominado “Pré-ENEM”. O principal marco teórico utilizado na elaboração da sequência e avaliação dos resultados foi a Teoria da Aprendizagem Significativa de David Ausubel e Joseph Novak, complementado com a consideração de resultados de pesquisas na área de Educação em Astronomia. A sequência de ensino teve como tema geral “Nossa Posição no Universo”. Procurou-se elaborar a sequência com base em atividades e materiais potencialmente significativos, envolvendo práticas de observação do céu a olho nu e com a utilização de telescópio, complementadas com oficinas que envolveram a construção de modelos tridimensionais da Constelação do Cruzeiro do Sul e do Sistema Solar, debates em sala de aula em torno das atividades desenvolvidas, utilização de vídeos motivadores, bem como a utilização do software astronômico Stellarium para o reconhecimento do céu noturno de Cariacica, ES, munícipio onde a escola em que foi aplicada a sequência está inserida. A estruturação final da sequência foi planejada após aplicação de um pré-teste que serviu para verificar o conhecimento prévio dos estudantes sobre os tópicos a serem abordados. Analisando os dados coletados por meio dos questionários aplicados (pré e pós-testes) e de entrevistas semiestruturadas foi possível averiguar indícios de uma aprendizagem significativa, como no caso de estudantes que, antes da sequência didática, afirmavam que no céu noturno só seria possível observar estrelas e que imaginavam esse céu como uma abóbada, com pouca ou nenhuma profundidade. Após as atividades eles conseguiram vislumbrar que, além das estrelas, no céu há planetas visíveis, mesmo a olho nu, e que ele possui uma profundidade, que as estrelas não estão lado a lado, que o céu é a nossa janela para o Universo, evidenciando uma aproximação e reconciliação integrativa entre os conceitos de céu e de Universo. A análise também demonstrou dificuldades no processo de ensino-aprendizagem com relação ao tópico que envolvia escalas de tempo, em que era feita uma comparação entre o tempo de existência do Universo com o da espécie humana na Terra e com o de uma vida humana, como a dos próprios estudantes, indicando que alguns pontos da sequência precisam ser revistos. Uma descrição dos objetivos, estrutura, atividades e o material utilizado ao longo da sequência didática são apresentados no Apêndice A deste trabalho, constituindo um produto que poderá servir de referência para outros docentes que desejarem desenvolver projetos de ensino de Astronomia na Educação Básica.
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