ALVES, Fernando Roberto Jayme
O uso do Planetário da UFG para o ensino das Estações do Ano: uma investigação sobre aprendizagem na Geografia
Goiânia/GO, Universidade Federal de Goiás, UFG, 2013. 237p. Dissertação de Mestrado. (Orientador: Paulo Henrique Azevedo Sobreira).
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Resumo |
As estações do ano constituem um tema astronômico de grande relevância para os estudos geográficos. Abordar as estações a partir da superfície terrestre requer a compreensão do movimento anual aparente do Sol na esfera celeste. Trata-se de um assunto amplo que, na maioria das vezes, não é compreendido satisfatoriamente pelos alunos ou até mesmo pelos professores. Vários estudos têm apontado para diversas dificuldades acerca do ensino e da aprendizagem das estações do ano. As causas variam desde a má formação dos professores a respeito dos temas astronômicos até ao elevado nível de abstração que tais conteúdos exigem para serem compreendidos. Por outro lado, os planetários constituem locais privilegiados para a (re)construção do conhecimento, pois reúnem condições adequadas para a prática pedagógica de temas que envolvem os fenômenos celestes. Trata-se de um espaço cuja função é o ensino e a difusão do conhecimento científico interdisciplinar, sendo o astronômico de forma mais evidenciada. Nesta perspectiva, realizou-se um estudo de caso no âmbito do Planetário da UFG cujo objetivo geral é investigar, por intermédio da aprendizagem dos alunos avaliados, se realmente este espaço de ciência é eficaz para o ensino das estações do ano e quais são suas contribuições neste contexto, sejam elas positivas ou não. O Planetário da UFG possui um projetor óptico-mecânico com referencial topocêntrico, isto é, um sistema de referência centrado no local de observação, na superfície terrestre. O trabalho empírico envolveu 56 alunos por meio da aplicação de dois questionários diretamente relacionados a uma aula realizada dentro da cúpula do planetário. Verificou-se que 24 discentes conseguiram alcançar um bom aprendizado na cúpula, 19 obtiveram um aprendizado mediano e 13 tiveram um aprendizado ruim. Embora tenham permanecido várias confusões conceituais, a aula na cúpula proporcionou aos alunos o desenvolvimento de um raciocínio mais descentralizado e reversível das relações espaciais entre o observador e as direções do espaço geográfico, indicadas pelo movimento diário e anual aparente do Sol no céu. Desse modo, pretende-se discutir ao longo deste trabalho a capacidade que o Planetário da UFG tem em contribuir para o aprendizado das estações do ano por meio do referencial topocêntrico, realizando mudanças conceituais a partir das ideias prévias constatadas nos alunos investigados.
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